Avaliação escolar
“No princípio era um caos. Um dia, o professor descobriu que podia mandar o aluno para fora da sala de aula, que a instituição cuidava de ameaçá-lo com a expulsão. Mais tarde um pouco, descobriu que tinha em mãos uma arma muito mais poderosa: a nota. Começa a usá-la, então, para conseguir a ordem no caos. O caos se fez cosmos, o maldito cosmo da nota…” (VASCONCELLOS, 1995, p.15).
Segundo Celso Vasconcellos (2010, p. 140) “A avaliação deveria ser uma mediação para a qualificação da prática educativa escolar”. Mas na prática como isso ocorre?
No perfil tradicional a avaliação tem como característica:
a) ser quantitativa e classificatória, “nota azul” e “nota vermelha” em uma escala de 0 a 10;
b) atuar como instrumento de controle e/ou disciplinar, aprova e reprova o estudante;
c) está presa a uma perspectiva punitiva; servir como disciplinador para a vida adulta.
Na escola o estudante aprende a obedecer, cumprir tarefas, questionar pouco, ser avaliado e punido, elementos que serão levados para a vida adulta.
Além destas características, o perfil tradicional de avaliação coloca a culpa da não aprendizagem em terceiros (estudante, família, sociedade, governo, etc.) sem proporcionar uma repensar da prática educativa por parte do docente.
A avaliação tradicional oferta aparente “condição de trabalho” ao possibilitar controle e disciplina da classe. Porém, o estudante “foge” da aprendizagem através da decoreba e/ou da cola, pois sabe que a avaliação é apenas para gerar uma nota que nem sempre significa aprendizagem.
Três tipos de Avaliação Escolar
A pressão por nota é algo que está no imaginário educacional dos estudantes, responsáveis e docentes. E como superar isto? Existem outras formas de pensar a avaliação escolar?
Para você que está na dúvida de como agir não se preocupe, fizemos um resumo de três tipos de avaliação para você pensar no Planejamento escolar. São elas:
1) Avaliação diagnóstica
Perguntas da modalidade: O que os estudantes já sabem? O quê? Quando?
Sondagens das aprendizagens dos estudantes, realizadas no início de um período letivo, segundo modelos propostos pela SEDUC-SP ou elaborados pelos professores antes do início de cada atividade, realizada informalmente.
Para quê? Orienta a ação docente:
a) que habilidades, conteúdos, ênfases, recursos e estratégias devem ser privilegiados;
b) como lidar com a heterogeneidade das turmas.
2) Avaliação formativa
Perguntas da modalidade: Os estudantes estão aprendendo? Por que não estão aprendendo? O que fazer para que todos aprendam? O quê? Quando?
Acompanhamento das aprendizagens dos estudantes, ao longo de todo o processo de escolarização.
Para quê? Orienta a ação docente:
a) que habilidades, conteúdos, ênfases, recursos e estratégias devem ser privilegiados;
b) como lidar com a heterogeneidade das turmas;
c) como assegurar que todos os estudantes aprendam (Projetos de reforço e recuperação).
3) Avaliação somativa
Perguntas da modalidade: O que os estudantes aprenderam (não sabem)? O quê? Quando?
Tem status de mensuração; fecha um ciclo, define uma certa situação (positiva ou negativa), representa as sínteses avaliativas ao final dos bimestres, semestres e ao final do ano para indicar aprovação ou retenção.
Para quê? Orienta a ação docente:
a) análise dos resultados da classe e das diferentes turmas;
b) subsidiar o conselho de classe/série;
c) indicar demandas formativas para os gestores;
d) subsidiar a definição de projetos e metas para a melhoria dos resultados de desempenho/indicadores.
Clique em Tipos de Avaliação e baixe o PPT para auxiliar a sua formação.
Bibliografia
Curso EFAPE Currículo Em Ação (Gestores e Formadores).
VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação da aprendizagem: práticas de mudança por uma práxis transformadora. São Paulo-SP: Libertad, 2010.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação: concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo-SP: Libertad, 1995.
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